Sébastien Vernhes was a student in the Elementary Course of Portuguese (first year sequence) and received the Foreign Language Acquisition Grant (FLAG) to study in Brazil and Portugal. In this text he tells us about his explorations with the language, the culture, and the experiences in these countries.
No verão passado, fui para o Brasil e Portugal graças à bolsa FLAG. Passei quatro semanas no Rio de Janeiro em Junho, e depois quatro semanas em Lisboa em setembro antes de voltar à universidade. Escolhi separar o programa entre o Brasil e Portugal porque queria aprender mais sobre as culturas lusófonas além de só aprender a língua portuguesa. Com as minhas novas competências de viagem e da língua portuguesa, posso continuar a explorar as diferentes culturas e países lusófonos. Por causa dos meus pais, que são ambos imigrantes de países da Europa Ocidental, tenho passado minha vida inteira viajando e visitando meus parentes lá.
Por isso, ao chegar no Rio de Janeiro senti um pequeno choque cultural que durou quase toda a primeira semana. Provavelmente foi facilitado pelo cansaço das quinze horas de viagem com a noite no avião sem sono, mas me sentia desconfortável durante aqueles primeiros dias. A sensação de desconforto diminui gradualmente conforme eu desenvolvia uma rotina diária. Nas manhãs, ia às aulas e falava com os outros alunos de portguês da escola durante o intervalo. Depois de almoçar, passeava na cidade e ia treinar com um grupo de nadadores que nadavam na piscina local. Fiz algumas trilhas nas tardes também, como a trilha do Parque da Catacumba, do Morro da Urca, do Forte Duque de Caxias e, claro, o Cristo Redentor. Gostei também da comida no Rio de Janeiro, mas não encontrei o meu restaurante preferido até a minha penúltima semana lá. Se chamava Frontera, ficava em Ipanema, e era um buffet a preço fixo com uma estação de churrasco (incluído no preço do ingresso). Havia outros buffets, mas os preços de todos eram calculados à base do peso da comida consumida, que, para uma pessoa que come muito como eu, se podiam tornar um pouco caros. Além da comida e das trilhas, fiz alguns bons amigos, alguns estrangeiros como eu da escola, e outros brasileiros.
Encontrei a maioria dos meus amigos brasileiros na mesma noite numa festa organizada pelo “Mundo Lingo.” O “Mundo Lingo” organiza festas e outros eventos sociais em vários lugares no mundo inteiro para conectar pessoas internacionais que querem praticar outros idiomas. Já tinha ido para algumas festas do Mundo Lingo, mas passava o tempo todo a falar inglês ou francês por causa dos bandeirinhas dadas na entrada (eles te dão as bandeirinhas para as outras pessoas saberem qual idioma falar com você). Finalmente, decidi só levar a bandeira brasileira para poder praticar meu português. Graças a isso, fiz uns amigos brasileiros que me trouxeram a algumas festas e shows onde não teria ido sem eles. Por exemplo, fui a um show da artista “MC Carol,” as letras do qual me foram descritos como “A Nicky Minaj traduzida em português.” Ainda tenho um pouco de dificuldade em entender as letras das músicas, mas o pouco que entendi confirmou essa opinião. No meu último dia no Rio de Janeiro, fui com os meus amigos a Nova Iguaçu onde visitei uma festa junina e depois fomos a um bar. Enfim, gostei muito da minha estada no Rio de Janeiro. Melhorei o meu português, encontrei pessoas de todo o mundo, e me tornei fã de Funk graças às festas que frequentei.
Depois de uma experiência tão boa no Rio de Janeiro, havia a pressão de a repetir em Lisboa durante a segunda parte do programa FLAG. Por sorte, era minha terceira vez visitando Lisboa, então já conhecia um pouco a cidade. Em Lisboa, em oposição ao programa no Rio de Janeiro, morava num apartamento compartilhado (com outros estudantes na escola) em vez de com uma família anfitriã. Cozinhava para mim todas as refeições, salvo as vezes onde estava comendo com amigos. Como no Brasil, passava as manhãs em aula, e fazia exercício nas tardes durante a semana. Passeei muito pela cidade e, a pedido da minha irmã, provei vários pastéis de nata para encontrar o melhor. Diferentemente da minha estada no Rio de Janeiro, a maioria das pessoas que encontrei e com quem fiz amigos eram estrangeiros que moravam juntos comigo no apartamento compartilhado. Mesmo que tivesse gostado de fazer amigos e encontrar mais pessoas portuguesas, não vou me queixar das pessoas que encontrei lá, porque eram todas muito legais, apesar de não serem portuguesas. Uma outra diferença que experienciei era as diferenças entre o português do Brasil e de Portugal. Isso se apresentou mais na escola do que na fala do dia a dia, além da diferença do sotaque português, que ainda não consigo entender totalmente. Os professores em Lisboa me corrigiram muito em onde eu colocava os pronomes e no meu uso do presente progressivo (por exemplo esta frase no português de Portugal seria “corrigiram-me” em vez de “me corrigiram”). Contudo, as diferenças entre os dialetos não me levaram a tantos problemas, e na prática eram mais pontos de interesse do que qualquer outra coisa. A cultura brasileira também se exportou muito em Portugal, particularmente nas músicas populares. Fui para pelo menos duas ou três boates em Lisboa que se especializaram em Funk, um fenômeno que não previ mas me deixou contente.
A Copa do Mundo de Rúgbi começou na minha segunda semana em Lisboa, e me diverti muito indo para bares assistir aos jogos com amigos, onde sempre encontramos muitos torcedores dos times porque havia muitos turistas dos países onde o rúgbi é popular. Portugal se qualificou para a Copa do Mundo pela primeira vez desde 2007, que foi a única outra vez que aconteceu. Portanto, havia muitas propagandas em apoio ao time, mas na verdade, não sentia muita paixão pelo rúgbi da parte dos portugueses. Por outro lado, o jogo do Benfica na Liga dos Campeões contra o RB Salzburg criou uma boa atmosfera (mesmo se perderam 2-0). Entre as aulas e o tempo livre, gostei da minha estada em Lisboa, e criei amizades e lembranças que durarão.
As minhas viagens no Rio de Janeiro e em Lisboa foram ótimos experiências, e sou agradecido por ter tido a oportunidade de fazer isso. Aprendi muito sobre temas importantes na viagem e na formação de conexões com pessoas desconhecidas tanto quanto aprendi sobre a língua portuguesa e a cultura lusófona. Espero logo voltar para os dois lugares, e também utilizar as minhas novas competências e na fala de português para fazer viagens ainda mais aventureiro a lugares desconhecidos
Sébastien Vernhes
Sébastien Vernhes is a junior at the University of Chicago. He comes for a multicultural family and has a passion for learning languages and cultures. Sébastien is also part of the swim team at UChicago.